terça-feira, 21 de abril de 2009

POETAR


Poesia
Dom de gritar o que se sente
Poesia
Minhas excreções
Meus sentimentos
Minha fala
Meu eco
Minhas convicções
Voz berrante...
Sou poesia na forma
Mais simples de poetar o mundo
E de chorar
Diante da ignorância das cabeças mundanas
Sou subconsciente
Poetisa na arte de viver
Realizo-me através de meus versos
Minhas transpirações transformam-se
Em comunicação
Risco letras num papel
Transformo-as em arte
Arte da sobrevivência

Juliana Pacheco

Incomplexidade


A incomplexidade do nada
Faz ser transversível toda
Utopia existente no topo da pedra da Gávea
Diante do mar vermelho
Através do muro de Berlim
Enxergamos o interrupto nada
E vagamos pelo inexpressante agora
Baseamos nossos sonhos
Em fatos da esfera "tudo"
Somos pedra rolando o morro
Nada relacionado com nada
Me chamo agora
Vivo no futuro
Me chamo ontem
Reflito o inexato

Juliana Pacheco

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Carpe Diem

Aproveite bem o dia!
Faça do momento agora
O único instante para realmente ser feliz
Jogue no lixo tudo que
A sociedade implantou no seu subconsciente
Jogue fora as amarras
Abra a algema
Voe em busca do que você é
E apenas...
Aproveite bem o dia!
Autora: Juliana Pacheco


Hipocondria

Mórbidas são as palavras
Silenciadas pelo olhar de despedida
Mórbidas são as sentenças
destinadas pela sociedade medíocre
Mórbidos são os seres que vagam pelo planeta água
E ainda o chamam de Terra
Mórbidos são os clamores
Despertadores do eu introspectivo
Mórbidos são os recomeços
Os finais sempre representam esperança
Mórbido é tentar poetar o mundo
Sobrevivendo a ignorância
Sou mórbida,
Assassina de falsos valores
Poetiso e nada mais.

Autora: Juliana Pacheco

Alienação

Versos transcritos através da linha branca do nada
Somos pesadelo diante do incontrolável abismo
Quem sou?
Onde esconderam minhas convicções?
Passos no escuro
nada versus nada
Sou pergunta sem resposta
Recomeço de um fim inacabado
Onde estou?
No meio de aliens?
Vivo entre seres programados para serem "somente seres"
Seguimos o estereótipo "homem moderno"
E não percebemos que somo os verdadeiros homens da caverna

Autora: Juliana Pacheco

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Oito
Algum dia algo havia
De surgir do nada
Indiferente á teoria que diz
Como surgiu alguma coisa,
Seja ela de Darwin ou do Big-Bang
Sabemos que o universo e a vida
São muito mais do que uma simples intuição
Questione todas as idéias
Que possam reluzir no interior de seu pensamento
Desvie-se da alienação
Filosofe a essência das coisas
Busque estar na ponta do pêlo do coelho
Autora: Juliana Pacheco

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Casa de jornal


Fiz uma casa de jornal
E fui morar...
Eu tinha um neném
Seu choro tinha som de morte
Fiz esta casa para fugir da solidão
Fechei o cadeado
E meu neném cessou o choro
Por todos os vinte anos seguintes não o ouvi
Achava que havia morrido
Mas como saber o que está morto ou vivo?
A relação é tão próxima
E nunca aprendi a definir vida e morte
Passei vinte anos escrevendo
Se fazia sol escrevia a chuva
Se chovia, enaltecia o sol
E se a noite,
Então surgia
Contemplava a claridade
Meu neném e eu adorávamos ver todos os dias
Os ângulos da vida
Todos os parâmetros da morte
Apesar de não distinguir muito bem essas passagens
Não conhecia meu pais
Não possuía irmãos,
Nem família,
Nem emprego
Só existia meu neném e eu
Eu me alimentava de poesia
Ouvi tiros
Falar de guerras
Drogas e violência
Mas esses sons eram tão distantes
Minha casa de jornal nos protegia
Possuía um campo prrotetor
Meu neném
Não chorava
Sorria ou se movia
Era um neném de pano
Minha casa era feita de jornal.

Autora: Juliana Pacheco